Neste livro, Kwame Anthony Appiah pretende mostrar como o conceito de honra foi central para pôr fim a práticas consideradas mortais e abomináveis e impulsionar revoluções morais no passado - e, ainda, como poderia ou deveria fazê-lo no futuro. Ao narrar casos de revoluções morais na história e de tradições locais em que o crime de honra é comum, ele visa revelar que o apelo à razão, à religião ou à moralidade não é suficiente para causar uma mudança de fato na sociedade. Assim, essas práticas perpetradas contra homens e mulheres só são erradicadas quando entram em conflito com a honra. Se por um lado a origem do sentimento de honra aparece como quase insondável, por outro, o autor vai a fundo na discussão e, com base na filosofia moral e política, desenvolve um texto em meio a um terreno que ele denomina como espinhoso - código de honra local versus código moral universal. Appiah utiliza-se de um repertório que abrange o universo do pop e usa referências que vão do que é considerado como mais alta filosofia até o fato mais simples do dia a dia. Sem deixar de lado o rigor de filósofo, cita desde Hegel, Kant e Shakespeare até artistas e esportistas da modernidade.