As seis narrativas quem compõem este livro foram escritas entre 1933 e 1935, num período em que Marina Tsvietaieva vivia em Paris. Como acontece com grande parte de sua obra, trata-se de rememorações, neste caso de acentuado caráter autobiográfico, embora nem sempre cingido aos fatos. Tsvietaieva era já então reconhecida nos meios literários e na emigração russa, mas atravessava, com o marido Seriozha e os dois filhos, crescentes dificuldades econômicas. Neste texto Tsvietaieva regressa à sua infância. Mas ao contrário do que poderia ser levada a fazer, até devido à situação material que atravessava, não a sacraliza, nem cede à tentação fácil de a mitificar como um paraíso perdido na memória. Narra aspectos da sua vida passada com um implacável olhar sobre si própria e sua irmã e uma enorme, embora matizada, ternura por seus pais.