O que é o ghost writer?

O ghost writer é aquele que escreve, mas não assina. É a figura que possui, mas não detém a propriedade. É o silêncio em cada entrelinha e também o ruído após a pontuação do parágrafo final. É aquele que está morto, mas deve fazer o papel de vivo no jogo da escrita.

Na teoria literária, desde “A morte do autor” até “O autor”, o ghost writer representa um ponto fora da curva na questão da autoria. Na ficção, ele aparece como um personagem colorido e repleto de personalidade no livro “Budapeste” (2003), de Chico Buarque, ao mesmo tempo em que figura como um personagem sem cor e individualidade alguma no filme “O escritor fantasma” (2010).

No âmbito profissional, as opiniões sobre a atuação do ghost writer no mercado literário divergem para Tania Carvalho, ghost writer brasileira, e Andrew Crofts, ghost writer britânico. No cenário judicial, o caso da polêmica da autoria do livro “O doce veneno do escorpião” (2005), de Bruna Surfistinha, ilustra um embate entre a legislação brasileira e os direitos autorais.

O fantasma é, acima de tudo, um enigma a ser decifrado.