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OBJETO
DE DESEJO
Porém não me penitencio se, ao ter sido orgulhoso, pretendesse dar mais fortaleza ao meu amor, não permitindo que ele ficasse barateado no mercado dos sentimentos vulgares. Não me penitencio se, ao não amar suficientemente, por alguma impossibilidade, estive realmente preocupado no amor maior. Não me penitencio, se passei por irascível, por não conseguir sustentar uma falsa mansidão. Nem se, inquieto, debalde tentei calcar os ímpetos e os furores da minha intratável natureza. Não me penitencio, se ao exigir fé para minha palavra — ainda que só para a minha palavra — desejei com isso manter viva e alta a chama do encontro. Nem por ter falado mais do que ouvido, se quis ao mesmo tempo mostrar que estava com isso disposto a ir além do chão entendimento, falando por todos, e sobretudo pelo outro, através de minha palavra. Nem por ter ouvido somente as coisas que me interessassem: se me encontrava do mesmo modo preparado para colher na palavra do outro a dádiva suprema. Para guardá-la em mim.
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