"O mundo tem começo e fim: o amor não" — afirma o narrador de O L. Um romance sobre o início dos tempos, o caminhar sem destino. O trajeto espiritual do que a vida pode ensinar e o que podemos ensinar à vida. Na prosa deste poeta da condição humana — que possui no currículo elogios de Clarice Lispector e Antonio Houaiss, entre outros — tudo transcende e se supera na linguagem.
Os personagens de Carlos Nejar trazem o dom da transmutação, são figuras fantásticas da loucura, do instinto, da paixão e da morte. São pessoas, lugares, natureza. Como o último cavalo que se torna homem. Ou a emblemática Cordélia, o rio Tonho e a sua profundidade; o pampa grandioso.
O livro é um romance que inova, trabalhando sobre os estados da alma. E com ousadia, juntando elementos do que é perene e universal, Nejar constrói uma fábula moderna, inesquecível.