Este livro mostra como a história da cidade contemporânea é o resultado de seu crescimento progressivo sobre o território, baseado na construção de infraestruturas cada vez mais potentes. Ao mesmo tempo, cada uma das invenções que originaram essas infraestruturas criou um novo patamar na qualidade de vida da população, de maneira que as melhorias ficaram incorporadas às suas necessidades.

A expansão da cidade tem resultado em um negócio, dos maiores do capitalismo atual. Pretende-se aqui, portanto, diferenciar quando a construção de infraestruturas é uma necessidade social e quando simplesmente esconde o desejo de criar mais negócios imobiliários, independentemente de que isso possa significar o desatendimento das carências dos bairros consolidados.

O negócio da cidade explica, também, como cada uma dessas invenções mudou a forma de organizar a urbe, e, em consequência, o tipo de instrumento urbanístico de regulação adequado a cada tipo de cidade. Propõe, assim, uma leitura da história do urbanismo diferente das tradicionais, que foram baseadas na sucessão de nomes de urbanistas e fatos por eles desenvolvidos.

É um grande desafio das nossas cidades que todos os cidadãos possam usufruir dos serviços urbanísticos de maneira igualitária. A construção de infraestruturas está, desse modo, no primeiro plano das políticas públicas, mas... com qual finalidade? Somente com o conhecimento do passado, dos fatos ocorridos e da sua lógica de produção pode-se pensar num futuro mais igualitário e equitativo da nossa sociedade. Essa é a chamada final do livro.

O negócio da cidade traz ainda um anexo com a lista e as principais informações sobre mais de quatrocentas personalidades relevantes da história da invenção e construção dos modernos serviços urbanísticos, incluindo também as que se destacaram no Brasil.