O desaparecimento do rei de Portugal na batalha de Alcácer-Quibir deu origem a várias lendas, tanto em terras lusitanas quanto em seus domínios coloniais, como o Brasil, gerando as várias formas do sebastianismo: a crença de que o rei estaria escondido ou adormecido, mas pronto a retornar a qualquer momento para salvar seu reino dos perigos e opressões a que tivesse sucumbido.

Na versão maranhense da lenda – a versão mais famosa no Brasil – o rei foge da África e vai viver sob a Ilha de Lençóis, o que lhe rendeu o apelido de “O Encoberto”. Ele só despertará e retornará, “em corpo e alma, quando o touro for ferido na testa ou a serpente for acordada”, dando início a um cataclismo que fará submergir “o Maranhão enquanto o reino surge das profundezas”, como nos diz o autor. Dividido em seis capítulos que narram as diversas fases do mito, o livro foi todo escrito em versos, dando ainda mais dinamismo a uma história repleta de aventuras e magia.