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OBJETO
DE DESEJO
Como abrir mão daquilo que nos define como sujeitos? Como renunciar ao nosso modo de vida, nossos desejos, nossa liberdade, nossa historia? Nos diálogos de O sobrinho de Rameau ou Sátira segunda deparamos com duas vozes dissonantes e discordantes, o "filósofo" e o "sobrinho", incapazes de abrir mão de sua própria natureza. Antes de constituírem um diálogo propriamente dito, o que sempre pressupõe interlocução, eles são dois sujeitos que usam a voz do outro como mero contraponto de suas próprias reflexões e idéias. Apesar dessa distância, resultado da autonomia impenetrável de cada subjetividade, há todavia algo que os une a despeito de toda a oposição. Ao passearmos entre as idéias do sobrinho de Rameau (Ele) e do Filósofo (Eu), somos convidados por Denis Diderot a julgar segundo nossos próprios valores os rumos das discussões, já que não encontramos aqui aquela polarização típica dos diálogos filosóficos, onde um ensina ao outro a verdade. Assim, nas falas, nos gestos, nas ações e nos percursos desses personagens temos um exemplo, senão o primeiro, de uma relação dialógica tipicamente moderna, um debate universal e filosófico sem limites previamente impostos. (...)
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