O ULTIMO DIA DE UM CONDENADO
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OBJETO
DE DESEJO
Victor Hugo assumiu um lugar excepcional na história da literatura ocidental, dominando todo o século XIX graças ao gênio e à diversidade de sua obra. Autor de poesia lírica, satírica e épica, romances, dramaturgia em prosa e em versos, destacam-se entre suas obras Os miseráveis e Os trabalhadores do mar. Foi em seu tempo importante homem público e ardente defensor de causas sociais. A criação dos Estados Unidos da Europa, a luta contra a miséria e pela educação universal fizeram parte de seus principais combates.
Porém, o primeiro de todos — o mais longo, o mais constante, o mais apaixonado — foi sem dúvida o que conduziu contra a pena de morte, que chamava de “assassinato judicial”.
Em O último dia de um condenado, o poeta engaja toda a sua eloqüência a serviço da causa, demonstrando a injustiça, a ineficácia da pena, a barbárie e os horrores da execução e de suas conseqüências: “esse homem tem uma família; e então acham que o golpe com o qual o degolam fere apenas a ele? Seu pai, sua mãe, seus filhos não sangrarão também? Não? Matando-o, os senhores decapitam toda a família” (no “Prefácio de 1832”).
Ao mesmo tempo em que apresenta técnicas narrativas extremamente avançadas para a época, Victor Hugo nos faz acompanhar as seis últimas semanas de um condenado à morte, desde o tribunal onde foi declarada a sentença capital até o pé do cadafalso. A polêmica que a obra causou na época — pois essa introspecção à beira da morte e o sentimento de atrocidade que a acompanha não podiam deixar insensíveis os contemporâneos de Hugo — permitiu a renovação de edições (três no ano do lançamento) e o acréscimo de dois prefácios, que trazemos nesta edição.
No ano de 1829, com uma paródia em forma de peça de teatro, Victor Hugo rebate as primeiras críticas à obra. Mas em 1832, o requisitório racional e argumentativo pela abolição da pena de morte é o complemento perfeito à defesa literária e sentimental de seu romance-manifesto. Ingênuo algumas vezes em seu papel de reformador social, Victor Hugo é no entanto um magistral e eloqüente porta-voz da condição humana e de seus direitos.
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