A circulação de uma doença nas proporções planetárias, ao romper o cotidiano e ao mudar a ordem das coisas, tem um efeito incontrolável no contexto político e precisa ser encarada como um acontecimento que, se por um lado nos bloqueia, por outro acelera processos sociais em curso e podem fortalecer a potência coletiva e uma solidariedade transversal. Seremos capazes de ampliar dimensões de solidariedade? O livro “Ofensivas: a potência do não retorno à normalidade” defende que o lado daqueles que lutam por justiça precisam ir para ofensiva e propor lutas que disputem outras formas de organização da sociedade. A proposta é atravessar os limites lineares do curto prazo e da territorialidade nacional a fim de repensar a própria política, encarnada em um projeto real, com sua multiplicidade dinâmica. Arriscar compreender este momento como oportunidade política para uma transformação efetiva além dos polos – estados nacionais versus mercado global. Como delinear um caminho de potência política que encontre formulações e proposições que nos atravessam por diversos espaços e tempos da organização da sociedade sem, contudo, hierarquizá-los de forma funcionalista? Construir novos horizontes globais, nacionais, comunitários e domésticos, são quatro ofensivas que coexistem e pluralizam as experiências e práticas políticas interligadas, sem qualquer ordenação, envolvendo a necessidade de mudanças subjetivas profundas!