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OBJETO
DE DESEJO
Consagrado jornalista e autor de ficção, Josué Guimarães nasceu em São Jerônimo, Rio Grande do Sul, em 1921. Trabalhou em todos os jornais de Porto Alegre e mudou-se para o Rio de Janeiro na década de 40, época em que também se tornou desenhista de O Malho. Foi correspondente estrangeiro no Extremo Oriente, em Portugal e na África, onde fez cobertura de guerra. Ao assumir a direção da sucursal da Folha de São Paulo, em Porto Alegre, dedicou-se menos ao jornalismo político e opinativo, reservando a maior parte de seu tempo à literatura.
Suas histórias, críticas sociais carregadas de humor e agressividade, revelam as lembranças dos dramas das revoluções e as dificuldades da infância em Rosário do Sul, cidade próxima à fronteira uruguaia.
Aos 65 anos, quando faleceu, seu talento já era conhecido em nível nacional. Na ocasião, lamentando a perda do amigo, Moacyr Scliar afirmou ser ele o primeiro gaúcho que se voltou para o grande público depois de Erico Verissimo.
Nesta obra, que mereceu o Prêmio Erico Verissimo de Romance em 1975, Josué Guimarães constrói a imaginária Lagoa Branca, pequena cidade gaúcha situada num ponto qualquer entre Passo Fundo e Cruz Alta.
A história transcorre na Semana da Pátria, em 1936, época que antecede a implantação do Estado Novo por Getúlio Vargas. O prefeito, um ditador empenhado em tornar seu povo "feliz", proíbe a distribuição de jornais e a posse de aparelhos de rádio, além de censurar a correspondência dos cidadãos. Afinal, como ter paz de espírito com tantas notícias sobre fuzilamento, miséria e epidemias?
Ao contrário das tradicionais epopéias gaúchas, não há nenhum gesto heróico em Os tambores silenciosos. As personagens presentes são políticos medíocres e dominados pela ambição, mulheres infiéis e policiais violentos.
Através de um par de binóculos, o leitor vai acompanhar o olhar de sete curiosas solteironas, penetrando em recantos de alcovas e no gabinete da prefeitura. Com humor e cinismo, qualidades próprias para compor a caricatura de um sistema autoritário, Josué Guimarães aniquila essa microditadura e constrói uma obra perfeita, na melhor linhagem do realismo fantástico.
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