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OBJETO
DE DESEJO
Dividido em contos, trechos de diários e poemas, Ossada Perpétua se debruça sobre o simbolismo em torno da morte como objeto central – ressignificando-a dentro do contexto pandêmico:
“Diário de quarentena dois. Dia vinte e dois do três. Faz sol. Eu acho que resfriei, ou cansei, ou li uma história muito mais triste do que esperava. Tenho escrito. O objetivo é nunca usar a palavra “quarentena”. Vamos brincar — quem usar a palavra “quarentena”, “isolamento”, “solidão”, “morte”, perde. Não. Morte pode, desde que em qualquer outro contexto. Um romance policial. O noir volta pra ficar de vez. Graças a deus. Nossos messias estão nas ruas, confinados às calçadas. Tirei a foto abaixo hoje cedo. Mas fiquei de olho. Ele tava bem, na medida em que estar bem é estar vivo, ao pé da igreja. Entrei pra descarregar a câmera. Dois minutos, nem isso. Quando voltei à janela, já não estava ali”
Ossada Perpétua não traz uma arte de capa com muitos detalhes gráficos ou ilustrações sofisticadas. Em tons de preto e branco, com fonte singela, a capa ressalta certa discrição e sobriedade. Segundo o editor da Aboio, Leopoldo Cavalcante, a ideia é que a capa faça “as vezes de uma cova”, na qual o leitor repetiria “os primeiros movimentos da leitura mimetizam o incômodo de remexer no particular absoluto – o repouso da morte” ao abri-lo, até encontrar-se com o peculiar luto de Anna, às vezes melancólico, às vezes reconfortante.
Ossada Perpétua é o título que inaugura a Coleção Sargaço, selo que engloba autores contemporâneos com livros cuja temática seja o isolamento, a tristeza, o luto e correlatos.
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