PEQUENO AZUL E PEQUENO AMARELO
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OBJETO
DE DESEJO
Um livro clássico de um autor clássico, pequeno azul e pequeno amarelo, de Leo Lionni, há anos esgotado, volta às livrarias.
Primeiro livro (originalmente publicado em 1959) de Lionni, – figura icônica dos anos
50 no mundo das artes gráficas e da publicidade –, pequeno azul e pequeno amarelo se tornou
um dos livros mais importantes da história do livro-ábum. O autor faz parte de uma geração de
designers e publicitários que, no pós-guerra, decidiram experimentar o campo da literatura,
especificamente, livros pensados para crianças e, com este livro, abre as portas de uma produção
mais sensível e que considera a profundidade com que as crianças encaram a vida.
Pela primeira vez, uma história é toda contada por figuras abstratas, que ele acreditava
poderem não apenas comunicar, mas serem altamente sugestivas para o senso criativo das
crianças. Não demora a percebermos o jogo que estabelece: basta confiar nas regras básicas
dispostas nas primeiras páginas e mergulhar na leitura. O modo como tudo acontece, longe de
óbvio, é totalmente compreensível ainda que inusitado. Forma e conteúdo se relacionam tão
intrinsicamente que se confundem, no melhor dos sentidos.
Lionni é um grande conhecedor das mais profundas questões humanas e seus livros as
retratam de maneira extremamente simples, com muita sutileza e densidade. Embora tenha
afirmado não estar tratando de racismo, é impossível não pensar nisso e em aceitação, inclusão.
Em sua autobiografia [Between Worlds, the Autobiography of Leo Lionni, Knopft, 1997], o autor conta que fazer o livro foi “um pequeno milagre”. Ele tinha que ir de trem de Nova York para sua casa em Greenwich, com Pippo e Ann, seus dois netos. Era a primeira vez que ficava sozinho com os pequenos. Eram adoráveis, inteligentes e muito sapecas, mas, dada à situação inusitada de estarem apenas com o avô ou à multidão que transitava pela estação, se comportavam bastante bem. Quando se acomodaram num vagão ainda vazio, não precisou de mais do que uns poucos minutos para começarem a pular de um assento para outro – os anjinhos se transformaram em duas criaturas endiabradas. Lionni percebeu que precisava de uma solução criativa, mas principalmente rápida, porque o trem enchia num sem tempo. E foi aí que tirou de sua pasta uma revista Life – era diretor de arte da revista na época – e começou a falar qualquer coisa divertida sobre os anúncios que viam, até que teve “a” ideia ao se deparar com uma folha com um desenho em azul, amarelo e verde. “Vou lhes contar uma história”, ele disse cortando em pedacinhos a imagem colorida.
Uma história de amizade, amor, preconceito, aceitação? pequeno azul e pequeno amarelo, como todos os grandes livros de Lionni, é tudo isso e muito mais. Por meio de pedaços de papéis rasgados em cores sólidas, que ele entendeu serem mais orgânicos para representar as
personagens – além de mais imperfeitos –, o autor toca em questões profundamente humanas,
trazendo a política para o dia a dia. Como ele faz isso? Pensando na composição da imagem,
dispondo os papéis rasgados nas páginas duplas, criando movimento e evocando estados de
ânimo. Sim, além de tudo, como se espera de um bom livro-álbum, Leo Lionni envolve o livro
em toda sua materialidade para narrar a história.