A piauí deste mês deu um mergulho na rotina e nas políticas do Ministério da Educação, e o resultado é uma reportagem perturbadora. Ela mostra que o MEC, sob hegemonia de evangélicos, vive hoje entre a inépcia e a paralisia (O apagão, de Luigi Mazza). Mas, num sinal de que nem tudo está perdido no campo do conhecimento, trazemos uma reportagem alentadora sobre o florescimento de um polo de pesquisas avançadas em pleno Agreste Paraibano (Lá no Bodocongó, de Fernando Tadeu Moraes).

Para apurar os desdobramentos das crises econômica e sanitária, a piauí foi até o México, país que os brasileiros (ricos e pobres) vêm invadindo para, a partir dali, seguir para os Estados Unidos em busca de vacina ou de asilo (Próxima parada: México, de João Batista Jr.) A boa notícia sobre a pandemia vem de Araraquara, a cidade que seguiu a ciência, poupou centenas de vidas – e acabou arrastada para o embate político nacional (O lockdown, de Camille Lichotti).

Em duas reportagens, a edição deste mês fala da violência – no Brasil e no Haiti. Sobre o Brasil, trazemos a conversa de um grupo de policiais militares no WhatsApp festejando a chacina do Jacarezinho, a mais brutal da história, que terminou com 28 mortos (“Acaba, pelo amor de Deus! Acaba!”, de Armando Antenore). Sobre o Haiti, publicamos um diário que relata o horror diário dos haitianos pobres e o assassinato do presidente em sua própria casa (Os sobreviventes, de Rosy Auguste Ducéna).

A edição conta também sobre a transformação de um projeto de lei, que nasceu para defender o meio ambiente e, durante sua tramitação, virou uma ferramenta de desmonte da política ambiental do país (A metamorfose, de Roberto Kaz). Traz, além disso, um relato sobre a história de Helena Monteiro da Costa, hoje com 97 anos, filha do (possivelmente) mais longevo ex-escravizado de Santos, em São Paulo (Espelho do passado, de Lilia Moritz Schwarcz).

E ainda temos mais reportagens, sete esquinas, uma HQ de Andrício e a poesia de André Capilé.

Boa leitura e divirta-se!

André Petry
Diretor de redação