Duas forças de sustentação do governo Jair Bolsonaro passam pelo escrutínio da reportagem da piauí nesta edição de dezembro. A primeira é a que gravita em torno do deputado Arthur Lira, presidente da Câmara e líder do Centrão. A jornalista Angélica Santa Cruz foi a Alagoas, estado natal de Lira, para saber como ele está fazendo a alegria de seus correligionários com as verbas liberadas pelo “orçamento secreto” e as emendas de relator (Arthur, o miúdo). A segunda força, claro, são os militares. Consuelo Dieguez investiga como Bolsonaro faz de tudo para seduzi-los e por que eles se mantêm tão apegados ao desejo de controlar o Estado e a sociedade civil, mais de trinta anos depois do fim da ditadura militar (Na encruzilhada).
Enquanto isso, a extrema direita avança também na França, como contam Mitchell Abidor e Miguel Lago (Extremismo à francesa). O discurso xenofóbico e racista de Éric Zemmour irradiou entre muitos franceses e colocou na corrida presidencial o nome deste jornalista que pode se tornar o principal rival do presidente Emmanuel Macron nas eleições do ano que vem.
Nem tudo são trevas – alguns clarões vêm dos indígenas. Bernardo Esteves faz o perfil de Txai Suruí, a única brasileira a discursar na cerimônia de abertura da conferência da ONU sobre mudanças climáticas em Glasgow, na Escócia. Atacada por Bolsonaro, ela reage bravamente às ofensas do presidente e em defesa do clima (A nova cara do ativismo). Alan Bordallo mostra como a aldeia Tekohaw conseguiu controlar a Covid-19, não teve um caso sequer de contágio e já voltou a fazer a bonita Festa da Menina-Moça, fotografada por Raimundo Paccó (Adeus à infância).
Leia ainda:
. A jornalista Paula Ramón conversou com pessoas que viveram a tragédia do assassinato de uma mulher de sua família (A morte aqui perto).
. O antropólogo João Felipe Gonçalves reflete sobre uma forma terrível de agressão racista: o sufocamento, como ocorreu com George Floyd, nos Estados Unidos, e com João Alberto Silveira Freitas, em Porto Alegre, no ano passado (Asfixia e racismo).
. Em uma carta aos fãs de Marília Mendonça, a escritora Martha Batalha alerta que a verdade das mulheres pode mudar uma sociedade (Todo mundo vai sofrer).
. O escritor Edgard Telles Ribeiro recorda seus encontros com Fernando Sabino e a história de uma paixão do autor de O Encontro Marcado (Os claros da vida).
. A dramaturga Silvia Gomez conta como ela e o Grupo Galpão criaram uma peça-filme que conduz os atores em uma jornada delirante até a beira de um vulcão (A terra fumegante).
. O músico e ensaísta Arthur Nestrovski explica por que Nelson Freire, que morreu em 1º de novembro, pertencia ao círculo mundial de pianistas de primeiríssima grandeza (O mineiro transcendental).
E também: questões vultosas, HQ, cartuns, conto, poesia, esquinas e nossas respostas aos leitores na seção de cartas.
Boa leitura e ótimas festas de fim de ano.
Revista piauí