Elmore Leonard é um dos mestres americanos em lidar com ação e suspense no ritmo certo. Em Ponche de rum, personagens surgem e desaparecem ao longo da narrativa, enredados numa trama de tirar o fôlego. Tudo começa e acaba em Ordell Robbie, traficante de armas metido em negócios escusos, com muito dinheiro e poucos escrúpulos. Típico malandro, ele se divide entre três mulheres nada virtuosas.

Ordell reencontra Louis Gara, ex-companheiro de presídio, que trabalha para Max Cherru, fiador profissional. Uma das missões de Max é pagar a fiança de Jackie Burke, aeromoça flagrada no aeroporto com muitos dólares, alguns gramas de cocaína e nada a declarar. A surpresa: entediada com a vida nas alturas, a moça se envolve inocentemente, mas entra no jogo sem o menor escrúpulo.

Está formada a quadrilha de personagens sempre disposta à ação, sem nada a perder, obcecada pela caça a um tesouro milionário. O contraponto são dois policiais à espreita. E todos correm os maiores riscos do mundo ao longo de uma aventura que envolve milhares de dólares, armas pesadas e assassinatos.

Quentin Tarantino decidiu adaptar o livro para o cinema. O diretor de Pulp Fiction imprimiu sua estética da violência à história de Elmore Leonard. Afinal, escritor e cineasta falam a mesma língua, a do gênero policial cheio de conflitos, traições e atrocidades urbanas. Tudo sem filtro.