Pelas lentes de Fernando Torquatto: livro Realeza traz toda a riqueza, força e potência da beleza negra.

A obra reúne 180 cliques de personalidades brasileiras, por uma ótica mais sensível e reflexiva do artista Consolidado como o queridinho das celebridades, o maquiador e fotógrafo, Fernando Torquatto, já assinou a caracterização de personagens icônicos em peças de teatro, minisséries e novelas globais, como A Cor do Pecado, Queridos Amigos e Belíssima, colecionando em 28 anos de carreira, o registro da produção de inúmeras personalidades nacionais e internacionais, inclusive, para editoriais e desfiles de importantes marcas.

De acordo com o artista, sua obra mais autoral, diferencial e importante nesta fase de sua trajetória profissional está reunida em seu novo livro, intitulado “Realeza”. A obra, inspirada na força, beleza, potência e representatividade negra na cultura brasileira, traz 180 cliques tirados durante os últimos dois anos, exclusivamente para esse projeto.

“Produzi e fotografei figuras sociais importantes dentro do movimento, modelos e artistas negros, como Gilberto Gil, Carlinhos Brown, Glória Maria, Luanda Vieira, Tais Araújo, Zezé Mota, Margareth Menezes, Preta Gil, Camila Pitanga, Lazaro Ramos, Iza e Hugo Gloss, mas também indivíduos que tem uma vida considerada mais “comum” como figurinistas, recepcionistas de salão, entre outros, que me atraíram com suas histórias inspiradoras. Meu maior objetivo com essas fotografias é trazer referenciais de beleza negra para que meninas e jovens se espelhem, se sintam representadas, incluídas e que possam assim, reafirmar ou resgatar sua autoestima, se orgulharem de quem são”, explica Fernando Torquatto.

O livro publicado pela Luste Editores, tem direção de arte por Clayton Carneiro e prefácio da escritora Djamila Ribeiro. “Este foi realmente o ponto alto desse trabalho. Quando a Djamila aceitou o convite para posar e escrever o prefacio do livro, tive a sensação de que todo o projeto realmente fazia sentido. A participação dela deu força a essa obra e reafirmou o nosso propósito de enaltecer a presença da beleza negra na arte e cultura brasileira”, conta o maquiador.

Segundo Torquatto, toda a direção de imagem foi feita exclusivamente por ele, durante o período de isolamento social da pandemia, desde os convites às personalidades, cabelo, maquiagem e styling, com peças de seu acervo pessoal. Diferente de seu último livro lançado, que se concentrava em um relato por meio de fotografias de momentos importantes de sua carreira, “Realeza” é, segundo o autor, um experimento completamente focado na reação e reflexão gerada em seu público. “Encontrei na arte uma forma de colaborar com essa luta contra o racismo e a favor da pluralidade”, completa.