Ao observar uma trilha de formigas um menino se compara a elas e se sente muito grande. Mais que grande, enorme: um grande gigante! E, motivado por sua imaginação, começa a pensar sobre tudo o que poderia fazer se realmente fosse um grande gigante. Gigantes são capazes de muitas coisas impossíveis para as pessoas comuns, como acariciar as nuvens, conversar com a Lua ou abraçar as montanhas... Mas talvez se sintam muito sozinhos algumas vezes, e desejem ser pequenos como as crianças.

Se eu fosse um grande gigante explora, de maneira poética e surpreendente, a imaginação e a idealização infantil sobre o poder do “grande”. O menino percebe que é enorme diante do inseto, ainda que seja pequenino em relação às montanhas ou aos navios, que por sua vez são pequenos para um gigante. A estrutura simples do texto favorece que o leitor repita as frases iniciais, mas se surpreenda a cada virada de página com os desejos inusitados de um gigante gentil, generoso e solidário. Com poucas cores, traços e pinceladas livres, o corpo do gigante e os elementos da natureza se integram reforçando ainda mais a poesia do texto. Por fim, pensar “se eu fosse”, no futuro, é um exercício que acaba refletindo o que se é, no presente.