"Alegro-me de ler poesia contemporânea que ultrapasse a mera descrição do cotidiano urbano e da vivência sentimental do poeta. Em SEIS FACAS NAS COXAS E OMOPLATAS, de VICTOR PAES, encontrei vigor e uma fina qualidade de crítica (na minha interpretação, ao atual “modus vivendi” consumista e de excesso de conexão online)! Seus versos nos apresentam uma “agenda” muito peculiar para listar tarefas: algo como coletar cristais do “cotidiano” — com o compromisso único de nos libertar do Tempo-Tirania, essa imposta hiperprodutividade como dever atual. Ou, talvez, uma lista de tarefas que se revela, na verdade, uma crítica contraditória: ao realizá-las, já as subverte. Assim, não são tarefas, mas des-tarefas. Que as des- tarefas nos libertem "(...) para montar um plano de fuga real"." - Álvaro Nassaralla