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OBJETO
DE DESEJO
Pedro Proença: «Pode, ou deve, um artista “visual” expor sonetos, e teorias sobre sonetos, como obras de arte? Sim. O soneto é uma forma literária que adora ocupar páginas com grande elegância. […] O soneto deixa, além do mais, respirar a página sem a encher totalmente ou cair na monotonia irritante das páginas em prosa.»
Este livro foi publicado por ocasião da exposição Sonetário, de Pedro Proença, com curadoria de António Gonçalves, realizada na Galeria Ala da Frente, em Vila Nova de Famalicão, de 19 de Outubro de 2024 a 9 de Fevereiro 2025.
Sinto-me confortável nesta ideia de que sonetos e imagens gostam de partilhar o mesmo espaço numa página, sendo que uma página é uma espécie de instalação, no sentido artístico — instalação bidimensional num objecto tridimensional e quiçá sequencial — o livro. Um livro é convencionalmente formatado em função de páginas brancas que tendem a amarelecer, povoadas por hordas de letras repetitivas, ou, na versão simplificada e mais abrangente de Pessoa, Livros são papéis pintados com tinta (tal como muitos desenhos). Há algo de enigmático, hierático e sacerdotal nos livros. Mas, como nos de Moore e Gorey, também há uma sábia tradição humorística e refinada, que não se sente incomodada com a convivência de dois modos de pintar com tinta que coabitem nas mesmas páginas. As imagens devolvem-nos algo de concreto e universal ante os mecanismos de abstracção próprios da escrita e da linguagem verbal, reféns de códigos e significados codificados.
Propõe-se aqui uma espécie de «auto-museu» de um delírio (multi)pessoal a que fui acometido há cerca de ano e meio, e por imitação de Moore, chamei-lhe Sonetário (há afinidades óbvias com a ideia de Sanatório, qual local onde se poderá, quiçá, sanar a insanável doença do sonetismo).
[Pedro Proença]
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