TEMPO DA FESTA X TEMPO DO TRABALHO...TROPICAL
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OBJETO
DE DESEJO
No choque entre Norma e Festa, esta revela momentos especiais para os segmentos populares quando seus parcipantes imergem numa onda de liberdade utópico-ucrônica. Mais do que a suspensão da vida ordinária e do tempo do trabalho produtivo, representa o desejo de uma vida outra caracterizada pela ludicidade transgressiva do mundo oficial das normas. É quando o outsider, o desprezado, o marginalizado se apossa do sentido da festa, mesmo se promovida pelo mundo oficial. Na luta pela hegemonia de seus sentidos, setores populares conseguem realocar suas intenções, na perspectiva da afirmação de seus desejos utópicos. Destaca-se entre nós, desde o Brasil colõnia, a festa barroca luso-cristã, encontrando excelente acolhida no seio das práticas festivas afro-populares, com apropriações e claros redirecionamentos transgressivos, segundo o sentido carnavalizante que irá se incorporar em tais práticas. Manifestação lúdica e cívico-religiosa do pacto entre a fé e a lei, ela se apresenta diferenciada da festa popular, por se tratar de um evento do poder, que busca selar a união da Igreja da Contrarreforma com o Estado absolutista luso. Porém, à sua revelia, representou momentos preciosos para setores populares a redirecionar na perspectiva do riso transgressivo, provocando constante estado de tensão, latente ou manifesto, com a Igreja. A resposta popular era sempre “o riso, a substituição da exaltação religiosa por outra, profana, o detrimento de personagens clericais e a busca de brechas para subverter a ordem” (Priore). Tal embate irá provocar o adensamento transgressivo efetivado na carnavalização típica das várias práticas culturais afro-luso-brasileiras, na virada do século XX.
É desta festa que iremos em especial nos ocupar.
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