“Um trem está se deslocando sobre mágicos trilhos: é hoje com toda sua ancestralidade.
Passado e presente se completam pois os sonhos de outrora viram ação do agora, embarcados todos no compromisso de louvar o samba!

Era Paulo e é Marquinhos, ambos portelenses. Ambos sonhadores de um realidade de cultura popular valorizada e festejada em datas nacionais.

Comerciantes, cabrochas, senhoras cozinheiras, malandros, desocupados sempre, ocupadíssimos em viver intensamente. Eles vão invadindo as reminiscências e executando ações que enchem a narrativa de um charme cotidiano displicente, carregado de carioquice e valor comunitário.

São estações emocionadas cujos embarque e desembarque marcam Aye e Orum, vivos e mortos em encontros e desencontros emocionados.

O modo de falar, errado para o cânone culto, dá autenticidade e graça aos diálogos e às expressões idiomáticas do suburbano colorem a narrativa, e dão lugar de fala ao autor, íntimo de seus tipos populares que sabem que “suas batatas estão assando”.

São conquistadores natos, de grande lábia, que vão nos apitos das estações, conquistando os leitores e os conduzindo por paisagens líricas de um tempo do Samba.

São evocações emocionadas do menino de Oswaldo Cruz que testemunhou a história de nossa gente do batuque.
A malandragem carioca está a bordo deste maravilhoso trem de crônicas do cotidiano, escritas pelo condutor vivaz, Marquinhos de Oswaldo Cruz”

Milton Cunha