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EDITORA : 7 Letras| Saiba Mais…
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OBJETO
DE DESEJO
A poesia pode ser grito, denúncia, abrigo, fronteira. Em Trilogia da resistência, Alberto Pucheu percorre as trajetórias de três poetas cuja escrita se constitui como enfrentamento: Pedro Tierra, Eliane Potiguara e Carlos de Assumpção. O que une essas vozes é o impulso de dizer o indizível — e de escrever contra o apagamento sistemático de suas histórias, corpos e comunidades.
Pedro Tierra escreveu seus primeiros poemas em celas da ditadura militar, com uma caneta escondida e folhas improvisadas. Suas palavras resistem como testemunhos de um país que torturou seus filhos e tentou calar seus sonhos. Sua poesia é denúncia, mas também horizonte — linha de fuga e reinvenção. Eliane Potiguara, primeira mulher indígena a publicar um livro no Brasil, uniu literatura, ativismo e ancestralidade em uma escrita híbrida, feita de poemas, cartas, panfletos e narrativas. Para ela, a literatura indígena é uma estratégia de luta, um gesto de ocupação simbólica dos espaços historicamente negados aos povos originários.
Já Carlos de Assumpção, nascido em 1927, transformou a oralidade herdada de seus pais e avós em força poética e política. Seus poemas — como “Meus avós” e “Protesto” — partem de um “eu” que é ao mesmo tempo pessoal e coletivo, inscrevendo a memória da escravização e a violência racial em uma tradição literária que insiste em silenciá-lo. Para Pucheu, sua obra alcança a mesma intensidade poética de nomes como Drummond, João Cabral ou Gullar, com a diferença decisiva de ser escrita desde o testemunho negro, da história que a História não fez questão de contar.
Trilogia da resistência é mais do que um conjunto de ensaios: é um gesto crítico de inclusão e escuta. Um chamado a reconhecer a poesia que sobreviveu aos porões, aos séculos de apagamento, à persistência do horror — e que, apesar de tudo, insiste em dizer.
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