Livraria da Travessa

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TRONCOS SOLTOS NA AGUA



AUTOR: Luiz Carlos Ladeia
EDITORA : Marco Zero| Saiba Mais…
produto indisponível
OBJETO
DE DESEJO

Juvenal, pai de família aposentado, depois de uma pescaria mal-sucedida com os amigos, ficou uma semana fora de casa, descansando e refletindo sobre a vida em um vilarejo chamado Boca do Rio. Sem tempo para amenidades, ele acumulou conhecimentos, desfez dúvidas, abandonou a religiosidade, manifestou-se contra o que classificava como injustiça e pagou um alto preço por aquilo que chamava de consciência. Esse tempo de reencontro Juvenal chamou de ressurreição. Quando voltou, foi preso, com queixa de desaparecimento feita pela família e acusado de atividades políticas. Durante dois meses, foi torturado e humilhado. Pensou ter pagado pelo que não fez. Mas com condenação perpétua pela família e amigos, Juvenal arrastou o peso da sentença e resolveu voltar, pela segunda vez, ao vilarejo. Boca do Rio recebeu-o tranqüila, porém com indiferença. Juvenal representava apenas mais um pescador que chegava, disposto a levar todos os peixes e inventar todas as histórias que o rio permitia criar. A pousada onde ficou era a mesma da primeira vez: simples, tranqüila, o suficiente para consumir as poucas economias que o aposentado dispunha. Seus donos, Norica e Inocêncio, tinham o necessário para atender bem. O casal sabia todas as histórias da região. Ao fim da tarde, os dois se sentavam com os seus hóspedes junto à praça, para ver a passagem dos pescadores rumo ao rio. O rio era amplo, largo e sereno. Troncos de bananeira bailavam ao sabor das pequenas ondas. Nesse rio, o velho pescador lastimou a morte de dois amigos: Inocêncio foi levado rio abaixo e Norica, que morreu interiormente no mesmo dia, entregou seu corpo às águas na manhã seguinte. Juvenal perdeu mais que duas amizades sinceras, e herdou muito: a dor da ausência e um casebre à beira do rio, de paredes claras e cravejadas de histórias. Boca do Rio era, de fato, um pedaço de história morta, envolta num mormaço que a consumia, à espera de novo tornado. Juvenal, ao abrir velhos papéis amarelos rabiscados por Norica, começou a descobrir a história do vilarejo. Núbia, um dos troncos soltos do lugar, ajudava Juvenal a juntar a história escrita muitos anos atrás, antes de Boca do Rio ser devastada. Os rolos de papéis mostravam pouco a pouco a história do vilarejo e o comportamento de seus habitantes: ficou clara a disputa por Núbia, o ciúme de Inocêncio e o caráter de Padova, o barqueiro Sargaço, o sucesso do vilarejo vizinho Comanadinha, entre outras histórias. Ao completar-se o mosaico das histórias de Boca do Rio, Juvenal e Núbia choraram o tempo perdido. Era tarde para um começo e cedo demais para fingir um recomeço. Eram troncos soltos na água...

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DADOS DO PRODUTO



título : Troncos soltos na agua

isbn : 9788527904612
idioma : Português
encadernação : Brochura
formato : 14 x 21
páginas : 176
ano de edição : 2008
edição :

AUTOR : Luiz Carlos Ladeia

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