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OBJETO
DE DESEJO
Um romance de auto-ajuda às avessas. Dentre as inúmeras possibilidades de definição de Um Amor Literário, obra de estréia da professora Letícia Malard, essa é a que chega mais próxima da exatidão. Pode parecer estranho, mas em vez de apresentar um manual de como ser bem-sucedido no amor, Letícia constrói uma narrativa exemplar sobre como proceder ao arrebatamento amoroso fadado ao fracasso.
A recém-viúva Lutécia, uma literata na casa dos cinqüenta anos, tenta, a todo custo, ser correspondida por um amor dos tempos de criança, ressurgido após a morte do marido. Para isso, utiliza todos os artifícios disponíveis; do envio de cartas românticas até o ingresso mambembe na vida política. Mas, de partida, a personagem alerta que não será atendida pelo Grande Amor. Não haverá final feliz.
Apesar do tom aparentemente pessimista, a confissão de Lutécia é bem despojada, chegando às vezes à ironia fina. A certa altura, ela dá a seguinte dica: “...caso você der azar e pegar o vírus de um Grande Amor, não se declare à pessoa amada nem faça confidências a terceiros. Declaração é sempre um risco, pois a maioria das pessoas não suporta ser amada”.
O teor da narrativa poderia conduzir a leitora às lagrimas, ao gosto do melodrama (vale lembrar que são as mulheres as interlocutoras, por excelência, da obra). No entanto, em razão da personagem ser uma erudita, isso não acontece. Com uma linguagem direta e recheada de referências literárias, a todo momento, a leitora é levada a despertar, a não se apegar em demasia ao enredo, a manter o distanciamento necessário para que não se prive da grande lição: “A Felicidade não é uma arte nem pressupõe guias práticos”.
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