UM PASSEIO PELO LADO SELVAGEM
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OBJETO
DE DESEJO
Pode ser até que haja uma explicação genética para atração quase fatal do escritor Nelson Algren pela vida dos derrotados, desesperados, vagabundos e miseráveis. Afinal, a família do autor, de judeus suecos emigrantes, contabilizava uma saga de fracassos. Isto em nada diminuiria a atração afetiva e estética de Nelson Algren pelos personagens conhecidos como outsiders – criaturas mais que comoventes, até cômicas em suas tragédias radicais.
Um destes personagens é Dove Linkhorn, o protagonista de Um passeio pelo lado selvagem, lançado em 1956. Dove é um andarilho do submundo da Grande Depressão dos anos 30, perdido na pobreza do Sul dos Estados Unidos. O cenário é o Velho Quarteirão Francês de Nova Orleans, durante aquele período de agravamento das misérias sociais. Nesse ambiente, onde imperava a Lei Seca, bebida ilegal e prostituição eram negócios florescentes.
Através de seus personagens, Algren desenhou uma crítica radical à economia americana. O próprio escritor, apesar de ter chegado à universidade e estudado literatura, não venceu a compulsão pela marginalidade. Passou os anos 30 perambulando pelo Sul e registrando a desolação dos "deprimidos" e dos que não tinham vez, sem conseguir publicar suas reportagens sequer no mais mísero jornal. Assim Algren tornou-se romancista. Escritor apaixonante, nietzschiano convicto de que só os fracos vencem. Um passeio pelo lado selvagem tornou-se um clássico da literatura norte-americana e transformou seu autor num marco da cena literária americana.
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