No mais completo e corajoso relato já feito sobre a Lava Jato, o empresário Emílio Odebrecht, dono da principal construtora do país, revela bastidores da operação que provocou cancelamento de contratos, bloqueio de recursos, fechamento de canteiros de obras e redução do número de funcionários de 180 mil para 35 mil. Ele acusa Sergio Moro e seus aliados de criarem uma “fábrica de delações”, promover “tortura psicológica” e cometer erros jurídicos para garantir sentenças rápidas. Para Fernando Morais, que assina a orelha do livro, “passados sete anos, não restam dúvidas de que a Lava Jato, parte integrante do golpe de 2016, foi concebida para inabilitar a candidatura de Lula, eleger Bolsonaro e destruir a outrora poderosa indústria da construção pesada, abrindo caminho para suas concorrentes estrangeiras”. Segundo o ex-ministro Rubens Ricupero, autor do prefácio, temos aqui “uma das primeiras ocasiões (...) em que se apresenta (...) um relato completo e desimpedido da defesa de um dos acusados, e não dos menores”. Ricupero destaca que o autor é símbolo da principal empresa atingida pela Lava Jato e uma das maiores do mundo, pelo menos até que a força-tarefa da operação quase a destruísse por completo: “O Antes e o Depois da história da demolição fornecem os parâmetros da narrativa deste livro”.