Em ensaios que tratam do jovem Jorge Luis Borges, Mário de Andrade, Lasar Segall ou Xul Solar, o que está em jogo é uma abordagem que pode ser considerada duplamente inovadora - em primeiro lugar, pela originalidade de comparar com uma experiência tão mais próxima quanto desconhecida dos leitores brasileiros; em segundo, por desconfiar da condição sagrada dos autores, por mais canonizados que sejam. A interpretação nunca se restringe às obras. Trabalho minucioso de história intelectual, o texto traz as inclinações ideológicas, a história social dos escritores, a moldura institucional, enfim, recupera as condições de produção disponíveis. O autor mira nos pontos que o processo de consagração dos autores costuma apagar - os condicionantes econômicos, as relações pessoais e familiares, as tentativas fracassadas.