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OBJETO
DE DESEJO
Primeiro romance do autor, Vidas minúsculas, edição original de 1984, foi aclamado pela crítica e traduzido para diversas línguas, tornando-se um clássico contemporâneo das letras francesas.
Vidas desoladas, vidas de antepassados, parentes e amigos, personagens cambaleantes na província francesa em torno de um vilarejo esquecido. Uma miragem da imortalidade, um acesso de existência, este é o mote de Vidas minúsculas, em que Pierre Michon lapida trajetórias de vida que, de tão “miniaturizadas”, tornam-se universais.
Desfilam vidas esculpidas a cinzel. Um órfão atravessando o oceano em busca do imaginário utópico de riquezas africanas; a lembrança afetiva dos avós e do contato com objetos detentores de passado; os embates – descobertas de mundos – com os colegas de classe no liceu; o silêncio vivo da pequena irmã que não chegou a conhecer mas de quem depreende os rastros; a bela psicanalista que o coloca à escrivaninha; ou os tantos personagens a perambular em hospitais, igrejas, cafés, gente defasada no tempo ou nas origens, vivendo à margem, nas fronteiras do real e, por isso mesmo, detentora da verdade.
E todos funcionam como anteparo para o difícil encontro com a escrita, para o cauterizador abraço com o texto: “Cada bebedeira era para mim como um ensaio geral, uma retomada das formas decaídas da Graça; pois a Escrita, pensava eu, viria em sua hora assim, exógena e prodigiosa, indubitável e transubstancial, transformando meu corpo em palavras como a embriaguez o transformava em puro amor de si, sem que segurar a pena me custasse mais do que levantar o cotovelo; o prazer da primeira página me seria como o arrepio ligeiro do primeiro copo; a amplidão sinfônica da obra acabada ressoaria como os cobres e os címbalos da embriaguez maciça, quando copos e páginas são inumeráveis. Arcaico meio, grosseiro subterfúgio de um xamã camponês!”
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