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OBJETO
DE DESEJO
Walter Benjamim tem uma obra bastante vasta na qual aborda pontos os mais diversos, que vão desde a literatura até questões da filosofia. Em vários de seus textos, ele trata da imagem, ressaltando seus aspectos relevantes. Assim, pintura, arquitetura, escultura, fotografia e cinema são analisados em algumas de suas produções. No entanto, Benjamim não vai apenas lidar com a imagem. Em alguns de seus trabalhos, a imagem passa a ser elemento de destaque.
Benjamim questiona a forma de apresentação do pensamento. Ele busca fugir ao modelo científico e à argumentação conceitual e sistemática que constituem a maneira de apresentação da filosofia tradicional. Para ele, este modelo teria predominância histórica, mas não seria o único e outras referências deveriam ser buscadas.
Surge, então, a proposta de uma epistemologia não conceitual, uma nova forma de apresentação do pensamento. Um pensamento seria construído através de noções visualizadas, imagens seriam utilizadas na sua construção, ou seja, a construção de um novo paradigma estético, cuja tentativa é pensar através de imagens. Aqui fica clara a valorização da imagem na escrita de Benjamim, pois ela se torna fundamental no desenvolvimento de sua filosofia. Com esta aproximação entre pensamento e imagens, o autor também está aproximando a filosofia e a arte, e idéias e pensamentos vão ganhando movimento.
“Já se disse que ‘o analfabeto do futuro não será quem não sabe escrever, e sim quem não sabe fotografar’. Mas um fotógrafo que não sabe ler suas próprias imagensnão é pior que um analfabeto?”
Walter Benjamin destacou que logo nos primeiros anos da invenção do Daguerreótipo já se vislumbrava a possibilidade de utilizar a técnica fotográfica com fins lucrativos. Assim, há fenômenos que atualmente se impõem avassaladores e merecem análise que vá além daquela que estuda as técnicas empregadas pelos publicitários na vulgarização dos “daguerreótipos da contemporaneidade”: o “sistema digital” na manipulação de verossimilhança(s) pela indústria cultural e os desafios que daí se sucedem como a perda da memória, a (re)produtibilidade de acontecimentos como mero valor de troca (e não como valor de uso) e os infindáveis recursos digitais que afastam o produtor do objeto numa espécie de alienação por mecanismo de telerrealidade.
O legado de Benjamin sugere ainda que devemos ir além do maniqueísmo que está a aprisionar o debate num inócuo binômio: “a arte como fotografia” ou “a fotografia como arte” que cisma em nortear os trabalhos acadêmicos.
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