Ana Elisa Ribeiro, autora de outros quatro livros de poesia (Poesinha, Poesia Orbital, BH, 1997; Perversa, Ciência do Acidente, SP, 2002; Fresta por onde olhar, InterDitado, BH, 2008; e Anzol de pescar infernos, Patuá, SP, 2013 - este semifinalista do Prêmio Portugal Telecom 2014), lança pela Editora e Livraria Scriptum, Xadrez, que reúne 45 poemas, em sua maioria breves. O evento ocorrerá na própria Scriptum (Fernandes Tourinho, 99, Savassi), das 11h30 até as 15h do dia 20/06, aberto ao público.

Em 72 páginas compostas pelos designers Júlio Abreu e Leonora Weissmann, a obra mantém os temas preferenciais da poeta, isto é, o amor, o desamor e as relações humanas, assim como as tiradas irônicas, embora em doses menores do que nos livros anteriores. Em Xadrez, aparecem mais as relações familiares que se equilibram com os arroubos ficcionais – é bom que se diga – ciumentos e fervores de paixão, mas sem pieguice, como alerta a professora e escritora Maria Esther Maciel, na quarta capa.

Dividido em três partes – peças, tabuleiro e jogadas –, a obra busca um diálogo com questões humanas, em linguagem coloquial e simples, valorizando o ritmo e a rima como peças de encaixe no jogo poético. A compreensão aparentemente fácil dos poemas é um elemento para a aproximação do leitor, que pode se identificar com as questões expressas, sem perder a experiência literária que define e justifica o livro.

Xadrez é feito do mesmo barro que os livros antecessores, certamente sob a influência da poesia de Paulo Leminski e mesmo Carlos Drummond de Andrade, mas traz mudanças na voz de alguns textos, menos brincalhões e mais contemplativos. Por outro lado, o erotismo tangencia alguns poemas, mostrando a versatilidade de sua escrita, um traço que a acompanha há muitos anos e que recentemente foi alvo da imprensa sensacionalista Ana Elisa Ribeiro, aos 40 anos, é autora também de livros de crônica e conto, além de figurar em revistas literárias e antologias no Brasil, no México, em Portugal e na França.