A construção do samba teve início quando um grupo de músicos ligados às tradições se juntou a um vendedor tcheco e alguns cantores de circo e criou, em pouco mais de duas décadas, um gênero musical próprio. Um gênero pioneiro, moldado antes mesmo do jazz nos Estados Unidos. Em um curto período, entre 1917 e 1939, realizouse a adaptação da música anônima das festas coletivas para o universo do disco e do rádio. Saindo das pequenas rodas, o samba alcançou um público do tamanho do Brasil, pelos sulcos dos discos e as ondas do rádio. A música popular brasileira, como conhecemos nas canções de hoje, foi totalmente moldada nessa época. O cenário dessa epopéia foi a cidade do Rio de Janeiro, e os atores principais deixaram seus nomes gravados: Donga, Sinhô, Pixinguinha, Ismael Silva. Foram eles os responsáveis pela construção do samba. Noel Rosa completou a obra, criando a ?gura do compositor popular nos moldes atuais. Quem conta essa história é o escritor Jorge Caldeira – autor de, entre outros, O banqueiro do sertão (Mameluco, 2006), Mauá, empresário do Império (Companhia das Letras, 1995) e A nação mercantilista (Editora 34, 1998) –, dono de um estilo ?uente e preciso, ancorado em pesquisa minuciosa e detalhada iconogra?a (são mais de 90 imagens, entre fotos, documentos, caricaturas e material da época).