Os homens do século XVI e parte do XVII viviam numa credulidade sem limites. Sob o regime do medo. No Tempo da Caça às Bruxas. Mas tachar de crédulos espíritos tão iluminados e profundos, não é resolver o enigma, mas deslocá-lo. Mais grave: seria transformar em traço de caráter um fato de cultura. Porque sua abordagem intelectual das coisas os tornou pouco predispostos a criticar as fontes e os fatos que invocavam? Porque seu pensamento foi invadido por uma zona cega e sombria onde não se exercia a vigilância intelectual?
Foi neste espírito que evocamos alguns sábios. Não para baralhar as cartas, mas para historicizar a noção do espírito científico e devolver-lhe a sua real espessura. Copérnico, Galileu, Bruno, Bacon, Newton e Paracelso foram revistados para comprovar que a verdade científica não é revelada, mas verificável ou refutável.