A filosofia de Adorno surge como uma possibilidade para renovar as ferramentas da crítica. O livro aponta um ponto de divisão na obra de Adorno, embora não unânime, muito significativo: um momento anterior à Primeira Guerra Mundial, com uma crítica ligada à teoria da luta de classes marxiana, muito afetada por Lukács; e outro após, com o desencantamento com as forças opositoras ao capitalismo, agora afetadas objetiva e subjetivamente, não permitindo ao filósofo esperançar a emancipação no Estado de exceção. Propõe-se, como diz o subtítulo da obra, promover o desenvolvimento de um pensamento crítico engajado diretamente com a causa principal das crises: não mais ou menos intervenção do Estado, mas sim a própria base das relações sociais capitalistas ligadas intrinsecamente àquele. Essa crítica à sociabilidade terá um caminho aberto pela autorreflexão crítica que tanto foi cara a Theodor Adorno.