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OBJETO
DE DESEJO
CONTROVERSO QUANTO às suas várias interpretações e mesmo em relação à sua autoria, Cântico dos cânticos é composto por uma coletânea de 8 poemas com evidente conteúdo sensual e erótico, integrada às Sagradas Escrituras e atribuída ao rei Salomão, que governou Israel e Judá durante 40 anos, de 970 a 930 a.C.
Ao longo dos séculos, os textos poéticos atribuídos a Salomão receberem leituras diversas tanto por parte de judeus como de cristãos, consideradas por estudiosos como produto do constrangimento com o qual a fé teológica se deparou ao se ver diante da sacralização dos diálogos poéticos entre o esposo e sua amada, repletos de sensualidade e menções à anatomia do corpo humano.
Em sua Primeira homilia, a visão cristã do padre Orígines, da Igreja primitiva e responsável por uma importante edição da Bíblia, recusou-se a interpretar literalmente os versos de Cânticos dos cânticos. Ele o fez de forma alegórica, classificando-os como um canto nupcial, no qual o esposo representa Cristo e a esposa, imaculada, a Igreja. Orígenes tornou-se eunuco ainda jovem, ao castrar-se por influência de Mateus.
No Targum, tradução em aramaico da escrituras sem autor identificado, a leitura de versos como “Beija-me com beijos de tua boca, teu amores são melhores que o vinho...” considera-os palavras usadas por Salomão para conversar afetivamente com o povo judeu, a quem teria amado acima de tudo.
Na introdução desta edição bilíngüe de Cântico dos cânticos, traduzida do grego e totalmente revista por Antonio Medina Rodrigues, um dos maiores tradutores da atualidade, o professor Adriano Scatolin observa que as interpretações modernas encaram os textos também como “uma coletânea de cantos que deveriam ser entoados em festividades nupciais”. Polêmicas à parte, Scatolin destaca que o juiz supremo a respeito do livro devem ser, em última análise, os próprios leitores.
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