O livro O chamado da Selva reúne a correspondência entre os alemães Curt Nimuendajú e Herbert Baldus, dois etnólogos fundadores dos estudos sobre os índios brasileiros.

O livro foi organizado pela antropóloga Elena Welper, com a participação dos antropólogos Roberto DaMatta (que assinou o Prefácio) e Viveiros de Castro (que escreveu o texto da orelha da obra). As cartas trocadas entre os dois pesquisadores faziam parte do Acervo Curt Nimuendajú, do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Os dois alemães inspiraram várias gerações de antropólogos brasileiros. De acordo com Darcy Ribeiro, “Nimuendajú é o pai fundador da etnologia brasileira, com a obra mais alentada e relevante que a de todos nós que o sucedemos”. Ele dedicou 40 anos de sua vida para estudar nossos índios e também é considerado por seus estudos linguísticos e arqueológicos em nosso país.

No Brasil, Herbert trabalhou no Museu Paulista e mais tarde tornou-se professor de Etnologia Brasileira na Escola de Sociologia e Política de São Paulo As cartas entre os dois antropólogos foram digitalizadas e traduzidas do alemão para o português do acervo do etnólogo antes de serem destruídas pelo incêndio que assolou o Museu Nacional, em setembro de 2018 – o que torna esta publicação um importante legado histórico, científico e cultural.