O livro é resultado de uma extensa pesquisa que entrevistou um de cada cinco policiais militares da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, lotados em diferentes unidades, para tentar entender os fatores que incentivam ou previnem o uso da força no exercício de sua atividade.

Mostra que a noção de que a polícia deveria se focar na guerra às drogas em vez de na garantia da paz e da segurança está fortemente enraizada na cultura e na prática da corporação policial e que transformar essa cultura corporativa da polícia não é tarefa fácil.

A estratégia militarizada das forças policiais costuma gerar consequências semelhantes às da disputa territorial entre as facções criminosas: morte e insegurança. Análises sobre o policiamento baseado na “guerra contra o crime” mostram que essa doutrina, bem como os incentivos institucionais para a apreensão de drogas ilícitas, aumentam significativamente o uso da força letal.

Os autores mapearam as origens socioeconômicas, a formação, a carreira, a história familiar e comunitária desses policiais, bem como seus valores e sua doutrina, assim como as recompensas e os treinamentos recebidos por eles, para explorar em que medida todos esses elementos podem influenciar a decisão pelo uso da força, inclusive a letal.