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OBJETO
DE DESEJO
Nesta era de globalização, ouvimos falar muito de um novo imperialismo e de seu principal impositor, os Estados Unidos. Hoje, com tal país a prometer uma guerra sem fim contra o terrorismo e a promoção de uma política de defesa preventiva, essa noção parece mais evidente do que nunca.
Mas o que, afinal, pode significar imperialismo na ausência de conquista colonial e dominação imperial direta? Desmanchando consensos, a cientista política marxista norte-americana Ellen Meiksins Wood apresenta neste livro uma das mais respeitadas análises do imperialismo norte-americano, para ela um fenômeno absolutamente inédito na história mundial.
Descrito pelo historiador Robert Brenner como “o estudo mais convincente do imperialismo na sua fase atual – como surgiu, como opera, como difere das formas anteriores”, o livro investiga o novo imperialismo contra o fundo contrastante de suas formas anteriores, como a Roma antiga, a Europa medieval, o mundo árabe maometano, as conquistas espanholas e o império comercial holandês. Na obra, Wood analisa o nascimento de um imperialismo capitalista na dominação inglesa da Irlanda e acompanha o seu desenvolvimento através do Império Britânico na América e na Índia.
A tese principal da autora é a de que a natureza específica do imperialismo norte-americano – e, na prática, do império capitalista – é operar o máximo possível por meio dos imperativos econômicos, e não do domínio colonial direto. Assim, afirma sem hesitar que “os Estados Unidos foram o primeiro império verdadeiramente capitalista do mundo, e ainda não foram substituídos”.
Mesmo depois das invasões do Iraque e do Afeganistão, Wood sustenta a tese ousada de que os Estados Unidos teriam preferido evitar iniciativas coloniais, garantindo sua dominação por meio de imperativos econômicos. Sem negar o extremismo temerário da era Bush – algo que, inclusive, avalia como sendo a causa provável da sua própria derrota –, a autora insiste na ausência de uma ruptura com essa doutrina durante o governo Obama a fim de ressaltar a essência da política externa norte-americana do pós-guerra, pautada por uma grandiosa visão imperial.
A partir da premissa de que, durante o último meio século, a supremacia global foi o objetivo dos Estados Unidos, Wood retraça o projeto norte-americano de hegemonia econômica global, apoiado por uma poderosa supremacia militar, desde o estabelecimento do sistema de Bretton Woods e a afirmação de sua blindagem militar com as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki até as polêmicas da globalização financeira com a dissolução desse acordo.
Wood vai adiante e localiza uma contradição fundamental no desdobramento da hegemonia norte-americana: apesar de o objetivo do imperialismo norte-americano ser a hegemonia econômica sem dominação colonial, o capital global ainda – e hoje mais do que nunca – exige uma ordem política, social e legal rigidamente regulada e previsível. Um dos destaques de O império do capital é a análise das dinâmicas da hegemonia imperial nos tempos do dito declínio do Estado-nação, isto é da ausência de algo que se assemelhe a um Estado global capaz de assegurar a ordem necessária, tal como o faz o Estado-nação para o capital nacional.
Esta edição conta ainda com um posfácio, inédito na edição original, em que a autora responde às principais críticas feitas a seu livro, além de um prefácio escrito especialmente para edição brasileira, em que a autora reflete sobre o legado de sua obra e atualiza a discussão proposta pelo livro comentando fenômenos atuais como as políticas-econômicas adotadas pelos governos Lula e Dilma, as operações espionagem em massa que vieram à tona nos EUA de Obama e o crescente protagonismo da China na nova ordem mundial.
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