Quando o “social” está no centro de uma investigação sociológica, o tema da mudança é uma constante: novas políticas, discursos, práticas, instituições, categorias, técnicas. A apreensão e discussão do que é novo (ou não), dos discursos, bem como de seus efeitos, entretanto, não é algo dado ou trivial. Produz plausibilidade, horizontes. Sua identificação e crítica requerem a construção de perspectivas de investigação e análise que definam o elo entre o objeto e seu entorno com relação à passagem do tempo: as mudanças de conjuntura produzem inclusive deslocamentos no olhar dos pesquisadores. Formulação iniciada em momento de reviravolta política e ataque dos fundamentos de nossa frágil democracia, tais questões foram colocadas para o debate e reflexão coletiva, a partir do estudo empírico de um leque diversificado de entradas em programas e políticas sociais, com o objetivo também de contribuir com a decifração da crise político-institucional em que estamos submersos. Que revelam as politicas sociais atuais das conflitualidades anteriores, e das tensões inscritas nelas? Quais as temporalidades dos processos sociais, políticos e suas formas de institucionalização na trajetória do projeto de Estado-nação brasileira?