VIRA A MORTE E TERA OS TEUS OLHOS
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OBJETO
DE DESEJO
És a terra e és a morte.
Tua estação é o breu
e o silêncio. Não vive
algo mais afastado
da aurora do que tu.
Quando surges desperta
tu és somente dor,
tens nos olhos, no sangue
mas tu não a sentes. Vives
como vive uma pedra,
como essa terra dura.
E te revestem sonhos
movimentos singultos
que tu ignoras. A dor
como a água de um lago
trepida e te circunda.
São círculos na água.
Tu os deixas esvair.
És a terra e és a morte.
Na filigrana da experiência poética proporcionada por Virá a morte e terá os teus olhos, de Cesare Pavese, nos deparamos com momentos diferentes da história, particular e coletiva: duas camadas que se sobrepõem e que por vezes se tornam uma só. O fim da segunda guerra mundial, as vivências e as crises do autor, seus amores trágicos, uma Itália em reconstrução e dividida entre o lamento pelos destroços físicos, políticos e sociais do período fascista e o otimismo em relação ao futuro são alguns dos subentendidos que percorrem o subsolo dos versos. Virá a morte e terá os teus olhos fora organizado por Italo Calvino e Massimo Mila e publicado postumamente, em 1951. Nesta tradução apresentada ao público brasileiro, os poemas da coletânea ganham ainda a companhia de outros poemas esparsos deixados pelo poeta e algumas cartas. Assim, na intersecção entre vida e morte, entre a experiência de amores fulminantes, entre a autoria de Pavese, a organização dos companheiros da editora Einaudi e a organização aqui proposta, a obra se apresenta, trazendo à superfície uma série de tensões e rupturas consequentes desses entrelugares.
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